Tissue professional: um mercado em transformação 5q4y58
Por Luciana Dobuchak, diretora comercial de Varejo e líder de Marketing na IPEL, líder em vendas no segmento AFH no Brasil 4q5bo

O mercado de papéis tissue no Brasil tem ado por desafios, mas também oportunidades de evolução nos últimos anos, impulsionadas por mudanças nos hábitos de consumo, maior o à renda e, principalmente, pela crescente consciência sobre a importância da higiene — dentro e fora dos lares. Mas é no segmento professional, também conhecido como “Away From Home” (AFH), que esse avanço se mostra mais dinâmico e promissor. 72x8
Esse mercado abrange produtos utilizados em empresas, hospitais, escolas, indústrias e órgãos públicos, além do chamado “horeca”, onde hotéis, restaurantes e catering são os consumidores. Com a retomada plena das atividades presenciais após o período crítico da pandemia, a demanda por soluções de higiene em ambientes coletivos cresceu de forma consistente. E esse crescimento não se traduz apenas em volume, mas em sofisticação: empresas e instituições aram a buscar produtos com melhor desempenho, resistência e rendimento, aliando praticidade à sustentabilidade.
O reflexo disso é o fortalecimento de linhas específicas para o uso profissional, com foco em eficiência operacional e redução de desperdícios. Ao mesmo tempo, novas oportunidades emergem: soluções personalizadas, sistemas de dispensers inteligentes e o fornecimento de produtos químicos complementares (como sabonetes e saneantes) integram um ecossistema de higiene com muito espaço para ser explorado no Brasil.
Apesar de representar um valor de mercado menor do que o segmento de varejo — em torno de R$ 3 bilhões —, o segmento AFH se destaca por sua taxa de crescimento anual (CAGR) médio de 7% até 2030, conforme apontam estimativas de diferentes consultorias de mercado. O crescimento é consistente, sustentado por uma base ainda pouco consolidada. De acordo com dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a produção de papéis sanitários no Brasil alcançou 1,4 milhão de toneladas em 2023. Mas o consumo per capita ainda é baixo: cerca de 7 kg por pessoa ao ano, muito distante dos 27 kg registrados em países como os Estados Unidos e mesmo de países como o Chile, onde se consome o dobro do número brasileiro, anualmente.
No setor profissional, o consumo representa apenas um terço desse total, o que revela o enorme potencial de expansão. Há ainda muito espaço para criar cultura de consumo e substituir o uso de produtos domésticos em ambientes institucionais, o que acaba sendo oportunidade e também desafio, como na constante luta contra a informalidade e forma de atuação no mercado, não só do segmento de tissue.
A IPEL, que lidera a produção de papéis profissionais no Brasil e também possui o maior parque fabril dedicado a este segmento, aposta fortemente nesse mercado, com investimentos dedicados à inovação, aumento de capacidade produtiva e estruturação de equipes especializadas para atender as demandas específicas de cada cliente.
Essa transformação exige mais do que escala. Exige visão, planejamento e capacidade técnica para compreender o papel — com o perdão do trocadilho — que esse produto desempenha em ambientes que exigem controle sanitário rigoroso, conforto e confiança.
O papel tissue, que por muitos anos foi visto como um item de segunda linha no ambiente corporativo, hoje se torna um insumo estratégico, parte da jornada de bem-estar em ambientes coletivos. À medida que empresas e instituições evoluem suas políticas de saúde, segurança e sustentabilidade, cresce também a responsabilidade dos fornecedores em oferecer soluções completas e confiáveis.
O mercado de tissue no Brasil tem espaço para crescer de forma sólida e a esfera institucional pode ser a grande protagonista dessa expansão.