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A <>> Celulose Riograndense informou ontem que em seis meses após a inauguração da segunda linha de produção em Guaíba (RS), confirmada para o dia 3 de maio, estará operando no ritmo anualizado de 100% da capacidade ampliada da fábrica, que ará de 450 mil para 1,8 milhão de toneladas. Mesmo assim, o aumento da oferta não terá influência negativa nos preços do produto no mercado internacional, que devem “até aumentar um pouco” em 2015, afirmou o presidente da empresa controlada pelo grupo chileno CMPC, Walter Lídio Nunes.
Conforme o executivo, com o fechamento de fábricas de custo mais elevado no mundo, a conversão de linhas para celulose solúvel e o aumento da demanda provocado pela expansão do PIB global, o mercado tende a ficar “mais ou menos equilibrado” mesmo com uma expansão da oferta de 1,5 milhão de toneladas por ano. “É um preço tranquilo para o que se projetou para este investimento e seu retorno”, completou.
Neste ano, mais de 600 mil toneladas anuais de capacidade saíram do mercado e compensaram em parte a entrada da unidade da Suzano no Maranhão no fim de 2013, que deve produzir até 1,2 milhão de toneladas neste ano. Ao mesmo tempo, a Montes del Plata, t venture entre a chilena Arauco e a sueco-finlandesa Stora Enso no Uruguai, com capacidade de 1,3 milhão de toneladas anuais, deve produzir entre 110 mil e 150 mil toneladas a menos do que as 600 mil a 700 mil toneladas previstas para 2014, tomando como base a revisão de projeções da Stora.
Com isto e mais a recuperação do consumo, as cotações reagiram no quarto trimestre na Europa e China, onde os preços médios da tonelada de fibra curta (de eucalipto) chegaram a US$ 737,13 e a US$ 603,33, respectivamente, na semana ada, segundo a Foex. Embora em níveis ainda inferiores aos do quarto trimestre de 2013, esta evolução significa altas de quase US$ 12 por tonelada na Europa e de pouco mais de US$ 20 na China em comparação com o terceiro trimestre deste ano.
De acordo com Nunes, no ado a “curva de aprendizagem” para atingir a capacidade nominal de uma nova fábrica durava de 12 a 18 meses. Agora, com o período reduzido graças a novas tecnologias, o abastecimento da “cadeia logística” da CMPC na América do Norte, Europa e Ásia também será acelerada para garantir o fornecimento continuado a esses mercados, explicou. Segundo ele, a nova produção da Riograndense vai ampliar o suprimento aos mais de 400 clientes globais do grupo e ainda buscar “novas oportunidades que o mercado está oferecendo”.
Orçada inicialmente em R$ 4,9 bilhões, a expansão da capacidade de produção de celulose branqueada de eucalipto em Guaíba deve custar cerca de R$ 5,5 bilhões em função da variação cambial. A nova linha terá capacidade anual de 1,3 milhão de toneladas e a antiga terá um ganho de 50 mil toneladas por ano por conta de modernizações e melhoria dos fluxos operacionais. Em janeiro a fábrica fará uma parada de 20 dias para integração dos sistemas.
Conforme Nunes, a CMPC já investiu US$ 10 bilhões no Rio Grande do Sul desde a aquisição da fábrica de Guaíba da antiga Aracruz, em 2009, incluindo a aquisição de áreas para plantio, implantação das florestas de eucaliptos e compra dos 49% da base florestal do projeto Losango, da Fibria, em 2012. No total, ela dispõe de 300 mil hectares no Estado, dos quais 150 mil estão plantados, e o desenvolvimento de novos projetos industriais depende da mudança da lei que impede a aquisição de terras no país por empresas sob controle de capital estrangeiro.
Valor Econômico