Em meio a incertezas, indústria de tissue se mantém resiliente com foco em inovação 4r1r4h
Durante o Tissue Summit Brasil 2025, executivos do setor discutiram sobre os desafios e oportunidades da indústria, que busca inovar cada vez mais para manter a competitividade no mercado 6c466l

Durante o Tissue Summit Brasil 2025, realizado em fevereiro, em São Paulo, um dos grandes destaques da programação do evento foi o especial de tissue, moderado por Felipe Quintino, fundador e CEO do Nexum Group, no qual fabricantes discutiram sobre os desafios da indústria de papel tissue, como os altos custos da celulose e o atual cenário econômico brasileiro e tributário, bem como suas expectativas para este ano. Além disso, os istas também falaram sobre suas inovações em produtos e processos com foco em atender às novas demandas do mercado e se diferenciar. 2o605
O de tissue foi composto por Marcos Paulo Lupianhes, diretor comercial da Unidade de Bens de Consumo da Suzano, Luciana Dobuchak, diretora comercial da IPEL, Marcelo Domenico, CEO da Damapel e Jairo Almeida dos Santos, diretor superintendente da COPAPA.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO SETOR TISSUE EM 2025
Para a Suzano, mesmo sendo um player integrado, o ano de 2024 foi “muito ácido e desafiador”, devido às altas de preço da celulose, que acabaram tornando alguns procedimentos mais complexos. Segundo Lupianhes, um dos grandes desafios da empresa para este ano é encontrar um equilíbrio e ampliar sua produção ao mesmo tempo em que diminui custos. “A Suzano estuda diariamente como reduzir os custos, aumentar a produtividade e claro, implementar inovação em seus processos”, disse.
Marcos comentou que está otimista em relação 2025, mas lembrou que o cenário previsto para este ano pode ser tão complicado quanto 2024 – não apenas no Brasil, mas no mundo. Segundo ele, as incertezas geradas pelas políticas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos em relação às novas tarifas impostas também podem afetar os processos produtivos da indústria de tissue, assim como a taxa de câmbio volátil. “Devemos ter dentro do setor mais um ano desafiador, no que tange a custo”, ressaltou.
Compartilhando de uma visão similar, a diretora comercial da IPEL acredita que as perspectivas para 2025 são parecidas com a do ano ado, considerando o atual consumo de fibras de celulose. Segundo ela, “na indústria de tissue, um ano muito calmo não é um ano normal”.
Conforme Dobuchak, “olhar para o mercado, olhar para o consumidor, entender uma solução melhor e que traga produtividade para a indústria é uma grande oportunidade para todos”. Para ela, é preciso ampliar o mercado para que as indústrias também aumentem sua participação, mas sempre com foco em inovação. Em uma breve analogia, a executiva explicou que é necessário “aumentar o tamanho da pizza para poder ter uma fatia maior”.
Apesar dos atuais desafios do setor, Luciana acredita que o cenário futuro deve ser mais favorável. “Estar no mercado de comodities é sempre um desafio, seja ele qual for, mas acredito que a indústria tissue tem tido um crescimento muito grande e um olhar muito grande para a inovação e para a transformação”, pontuou. “E isso vem da resiliência”, acrescentou.
A Damapel, por sua vez, ressaltou que uma das grandes dificuldades do setor é manter a competitividade, principalmente no cenário do mercado atual. “Para nós, que não somos integrados, o principal desafio é buscar alternativa a nível de produto, coisa que os integrados já fazem”, destacou Marcelo Domenico. “Também temos que buscar alternativas de qualidade, ou seja, produtos químicos e alternativas de gestão”, complementou.
“Temos 62 anos de história e já amos por diversos momentos e eventos econômicos complicados em todos os âmbitos. Já enfrentamos diversos novos concorrentes, como a Bracell e a Suzano – players integrados – e mesmo assim nós sobrevivemos e continuamos nos adaptando. É tudo uma questão de entender e analisar o que está acontecendo, para que assim possamos buscar uma alternativa”, comentou o executivo.
Discutindo a importância da gestão de pessoas para a empresa e para a funcionalidade geral dos processos, o CEO da empresa afirmou que é preciso continuar investindo em mão de obra qualificada. “Produtos se fazem com pessoas, e nós estamos com dificuldades de ter novos profissionais para atuar nisso. O setor vai precisar pensar bastante em como formar novos profissionais”, acrescentou.
Por fim, a COPAPA entende que “a pressão [que a empresa está ando] vai se agravar ainda mais”, devido à consolidação do mercado. Entretanto, ele acredita no potencial dos clientes, mencionando “a tempestade perfeita” e a grandiosidade da indústria.
“Mesmo diante de fatores adversos, como variações no câmbio e nos preços da celulose, é possível buscar previsibilidade. amos por pandemia, guerras e aumento no custo da matéria-prima. Acredito que vamos superar mais essa”, afirmou o diretor superintendente Jairo Santos.
Ainda durante o de debate, foi abordada a mudança no perfil de consumo da população e a necessidade de atender às diferentes demandas de clientes. “Isso abre espaço para repensarmos nossa estratégia e o tipo de produto que queremos colocar no mercado. Aproveitando o gancho do que foi discutido, talvez dê para gente apertarmos um pouco mais o o na quantidade de produto dentro do pacote e a forma como a gente pode fazer essa entrega para o nosso cliente”, finalizou.
INSIGTHS E INOVAÇÃO
De acordo com o diretor comercial da Unidade de Bens de Consumo da Suzano, um dos pilares da inovação está no desenvolvimento de marcas e categorias, seguindo alguns dos os que já obtiveram sucesso nessas categorias, como o papel higiênico Neve folha quádrupla.
Além disso, o executivo pontuou alguns insights promovidos pelo debate, que considerou “um momento para discutir e aprender um com o outro sobre como enfrentar o futuro”. Segundo Marcos, é importante pensar em “desenvolver novas categorias e trazer inovações para cada indústria se diferenciar e, obviamente, aumentar o nosso mercado em um ano tão desafiador como esse”, completou.
Já para a diretora comercial da IPEL, além de manter um olhar de produtos disruptivos e de “inovação fora da caixinha”, também é preciso olhar para dentro da empresa, identificar formas de impulsionar a melhoria de processos por meio da inovação, agregando mais valor aos processos fabris.
Em 2024, a empresa deu início a um processo de transformação digital com o objetivo de impulsionar todos os seus processos, rumo à indústria 4.0. Dentre outras inovações, Luciana destacou a ampliação de portfólio da IPEL, que incorporou uma nova linha handcare voltada para o segmento professional e toalhas umedecidas para o varejo. “A grande veia estratégica que escolhemos foi oferecer esse portfólio mais completo para o fornecedor e o varejista”, completou.
Segundo Marcelo Domenico, apesar dos desafios, a Damapel está sempre buscando inovar e diversificar o papel tissue, pois é algo que faz parte da filosofia da empresa. Seu primeiro processo de inovação foi voltado para o ESG, criando o Fancy Planet, papel higiênico 100% ecológico, que oferece ao consumidor um produto com menor impacto ambiental e busca ser completamente sustentável.
“A inovação faz parte dos nossos princípios. Estamos sempre em busca da inovação, de estudar novas possibilidades e apresentar novas soluções para o mercado”, concluiu o CEO.
Compreendendo que a inovação é o melhor caminho para se destacar entre os consumidores para o que vai além do preço, Jairo afirmou que “nesse ambiente é preciso trilhar o caminho da inovação, entender o que gera valor e o que não gera e trazer eficiência para isso. Precisamos estar cada vez mais próximo desse cliente”, completou.
Dentre as inovações da COPAPA citadas pelo diretor superintendente, está o Copapa+, projeto ESG da companhia que busca estudar o mercado e entender as preferências de sustentabilidade do consumir, mas ao mesmo tempo estudar a viabilidade dessas aplicações. Com uma visão otimista para 2025, a empresa espera que haja sempre há desafios e sempre há novos competidores. Para 2025, a empresa mantém uma visão otimista apesar do cenário adverso, pois acredita que “sempre há desafios e sempre há novos competidores”.