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Ainda longe do fim, disputa pela Eldorado totaliza R$ 15 bilhões y11a

Segundo fontes do Valor Econômico, houve uma tentativa de pôr fim ao imbróglio logo após a vitória da PE na arbitragem, em fevereiro do ano ado. A J&F teria indicado que não questionaria o processo na Justiça comum e entregaria a fatia de 50,59% que ainda detém na Eldorado, observando-se a fórmula de preço prevista no contrato de compra e venda assinado em setembro de 2017, desde que a PE abrisse mão das perdas e danos que ainda serão discutidos na arbitragem.

Contudo, as contas apresentadas pela J&F, embutindo correção pela Selic, resultaram em valor a ser pago pelas ações remanescentes maior do que o calculado pela PE – uma diferença de R$ 150 milhões ou de até R$ 600 milhões, a depender do interlocutor. A proposta não chegou a ser encaminhada para o empresário Jackson Widjaja, dono da PE, de acordo com o jornal.

Após a J&F entrar com o pedido de anulação da arbitragem, Joesley Batista teria proposto um novo encontro com Widjaja, agora para levar uma proposta de compra da participação da sócia minoritária na Eldorado. A reunião, segundo uma fonte, seria pré-condição para que a J&F seguisse adiante com a oferta, mas não ocorreu diante da recusa do empresário indonésio.

A expectativa das sócias está na decisão cada vez mais próxima sobre o pedido de anulação da arbitragem. Conforme fontes próximas ao processo, a juíza Renata Maciel, da 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem da Comarca de São Paulo, deve detalhar a decisão entre maio e junho. Em audiência no dia 18, foram ouvidas as últimas testemunhas no caso de hackeamento de servidores de e-mail da dona da JBS, um dos argumentos que sustentam o pedido de anulação da arbitragem.

Se a decisão for desfavorável à J&F, a liminar que suspendeu a transferência do controle da Eldorado perderá efeito e poderia haver uma brecha para que a PE assuma o controle da produtora de celulose. Segundo uma fonte, como a Eldorado não tem mais dívidas garantidas pela J&F e tanto os recursos da PE para liquidar a operação – R$ 5,7 bilhões – quanto o livro de ações estão depositados em juízo no Itaú, o fechamento do negócio poderia ocorrer em pouco tempo.

Nesse cenário, a J&F deve buscar nova liminar suspendendo os efeitos da sentença arbitral, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e tentar impedir o “closing”, disse outra fonte.

A controladora da Eldorado também avalia recorrer ao Judiciário questionando a indicação do advogado português Paulo Mota Pinto para compor o tribunal arbitral, em substituição a Anderson Schreiber. O ex-árbitro renunciou após se tornar alvo da J&F no pedido de anulação da arbitragem e, posteriormente, em inquérito policial no Rio, que recebeu recomendação de arquivamento do Ministério Público do Estado.

A holding dos Batista já recorreu contra a indicação do árbitro português junto à Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês), sob a argumentação de que, pela regra brasileira, Mota Pinto não poderia compor um tribunal arbitral já que é parlamentar em seu país. No entanto, foi derrotada em duas ocasiões.

Fonte
Valor Econômico
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